sexta-feira, 23 de março de 2012

Ovos é pouco!




Depois de tanta repressão ainda antes da manifestação, com anúncios de que a Políca estava "preparada para enventuais conflitos", foi nas manifestações de Lisboa e Porto onde se registaram os momentos mais infelizes que uma Democracia pode ter...

A polícia não olhou a meios no "arrastão" que fez no Chiado aos manifestantes, transeundes, turistas ou jornalistas, e a todos os que acham que a policia fez muito bem, as medidas da policia foram adequadas à situação... Pois a resposta que se impõe é que a revolta do povo é que não se adequa à situação.

Acham que o lançamento de ovos a edificios dá o direito às forças... policiais de carregarem indiscriminadamente sobre manifestantes, transeundes, turistas e jornalistas?!

Se acham que sim, levanta-se a questão qual será a medida adequada de reacção a toda a austeridade que o Governo impõe ao povo em nome de uma dívida que não nos é explicada?!

Preços a subir, salários a baixar, direitos a desvanecer-se, desemprego a aumentar... e um Governo que a única solução que apresenta é a emigração...

Ovos é pouco...

E podemos analisar melhor a reacção da polícia nestes links:

link1

link3


Isto só demonstra que quem está no poder, começa a ficar com medo...



Por fim, é importante referir dois artigos da Lei que (ainda) nos rege:
Artigo 21º (Direito de Defesa) da Constituição da República Portuguesa:

Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública.



Art.º 382 (Abuso de poder) do Código Penal:

O funcionário que, fora dos casos previstos nos artigos anteriores, abusar de poderes ou violar deveres inerentes às suas funções, com intenção de obter, para si ou para terceiro, benefício ilegítimo ou causar prejuízo a outra pessoa, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.

terça-feira, 20 de março de 2012

A guerra invisivel


No dia-a-dia vive-se uma aparente tranquilidade, como se nada se passasse em Portugal. Existem pequenos burburinhos acerca de alguns assuntos incontornáveis que vão fazendo as notícias das actualidade como os equívocos nalgumas afirmações de Passos Coelho e de Cavaco Silva, o caso da Lusoponte, algumas nomeações duvidosas do Governo, o aumento do desemprego e outras coisas que merecem a indignação das pessoas, mas cujo aparecimento resulta numa espécie de aliviar da pressão, que se poderia acumular e resultar em algo de perigoso para o suposto Estado de Direito.

A verdade é que estamos perante uma guerra invisível, em que existe uma facção minoritária que impõe as suas ideias sobre a maioria das pessoas, fazendo-as crer que essas ideias são aquilo que elas necessitam para resolver os seus problemas e criadas com o seu consentimento.

As armas desta guerra são: as constantes intervenções de supostos especialistas que afirmam constantemente que só existe este caminho e que todas as outras opções são de um bando de loucos que não têm noção da realidade, e que nos conduziriam ao abismo; o controlo das percepções e conhecimentos sobre a crise actual, que torna a maior parte das pessoas incapaz de agir ou reagir; a atmosfera de crise em larga escala criada para fundamentar todas as intervenções e reformas ditas estruturais; o medo que as pessoas têm de perder o pouco que têm, que as impede de reinvidicar os seus próprios direitos; as falsas esperanças de que o futuro não será igual.

Antes das eleições havia um balão de indignação prestes a rebentar. Esse balão esvaziou e agora enche lentamente todos os dias, mas quanto mais tempo podemos esperar para que esse balão volte a encher? Para alguns será demasiado tarde.


A guerra diária não é visível mas é real! Existe e as pessoas sentem esses ataques todos os dias. A não percepção de que estamos numa guerra profundamente injusta, diminui a resposta dos que lutam contra este governo agressor. As nossas armas serão sempre inferiores às do arsenal do inimigo, mas aqueles que, mesmo tendo tudo a perder, e os que já perderam quase tudo, acreditam noutro futuro e noutra alternativa, devem perder o medo, e lutar com as armas possíveis. É preciso tornar visível esta guerra e se ela veio até nós, não a ignoremos, não fujamos! Lutemos!

"Inspecçãozinha" de trabalho

by Ferve


Mais uma demosntração de que o sistemas com que o país funciona tem de mudar!
E mudar a sério!!!

Eis as declarações do inspector-geral de trabalho, que teme aumento da violação dos direitos dos trabalhadores:
"Temos de continuar a estar atentos às violações do aumento dos horários de trabalho, não pagamento de trabalho extraordinário, ao trabalho não declarado, aos chamados falsos recibos verdes e à pura e simples não declaração da existência do trabalho"

MAS...

"O responsável diz que a Autoridade CT vai “aliviar um pouco a pressão da intervenção reactiva e punitiva”

Ou seja, é preciso ter cuidado com os abusos sobre os trabalhadores, e a inspecção vai passar vai pressionar menos para que os trabalhadores vejam os seus direitos defendidos...

quarta-feira, 14 de março de 2012

O Ensino não é um luxo!

Os reitores das Universidades estão preocupados com os alunos que não conseguem pagar as propinas, por isso decidiram que as propinas devem aumentar 30 euros (!?). Sim, porque se as propinas aumentarem então será muito mais fácil para quem tem dificuldades pagar. 

Dizem eles que os 30 euros a mais vão constituir um fundo para apoiar os estudantes com dificuldades. Mas os contribuintes não pagam já impostos para que sejam dados apoios sociais a quem tem mais dificuldades? E como vai ser distribuido esse fundo? Quais os critérios para a sua atribuição? Não seria mais fácil diminuir as propinas aos alunos que têm dificuldades? Ou será este um fiundo com objectivos ocultos para financiar gestões danosas? 

É necessário parar com a escalada de subidas de propinas e ter cuidado com as "desculpas" utilizadas para o fazer. O ensino não é um luxo! 

sexta-feira, 9 de março de 2012

A Islândia não pagou e cresceu.


Em 2008, uma crise financeira atingiu a Islândia.

A Islândia não pagou as dívidas criadas pela Banca.

Em 2012, o crescimento económico da Islândia triplica em relação à UE em 2012




Porém, nem todos a encararam como um desastre. Para um empreendedor que foi à falência na época, o colapso do sistema capitalista foi a melhor coisa que poderia ter acontecido com o espírito do país, tomado pela sede de lucro.

Surgiram então alternativas como a energia renovável, a agricultura biológica, a inovação e o ambiente. Parte da população do país descobriu desde então que as oportunidades para o desenvolvimento sustentável são inúmeras.

quinta-feira, 8 de março de 2012

A verdade sobre a privatização da TAP

 by http://diretodapista.blogspot.com/




Este texto pretende desmistificar algumas ideias que existem quanto à TAP, que nascem de rumores ou opiniões menos esclarecidas, numa altura em que se fala na privatização da maior companhia aérea portuguesa.

Assim sendo, vamos esclarecer alguns pontos:

1- A TAP não é um buraco financeiro!

Antes de mais é preciso salientar que desde 1994 que o Estado não pode injectar dinheiro em qualquer companhia aérea, pelo que a TAP não vive à conta de todos os contribuintes!
O lucro que da TAP (vôos e manutenção) é absorvido pelos prejuízos das empresas que a TAP assumiu ao comprar a falida empresa brasileira de manutenção de aviões VEM (que pertencia à companhia brasileira VARIG), agora TAP Manutenção e Engenharia Brasil.
Ou seja, a TAP tem à sua frente Fernando Pinto, o gestor público mais bem pago (cerca de 420 mil euros/ano), que fez com que a TAP comprasse um "BPN da aviação", e portanto impede o grupo de ter lucro.

A privatização da TAP significa vender-se a preço de saldo uma empresa preponderante na economia do país, e que se bem gerida pode ser rentável!

2- A TAP tem um papel fundamental na estratégica macro-económica do país!


A TAP é a maior exportadora nacional, e desempenha um papel muito importante no fluxo de pessoas e mercadorias na economia nacional.

Colocar a TAP nas mãos de capitais privados significa tirar de Portugal um dos mais importantes meios de transporte. Hoje, aponta-se como principal candidato o grupo IAG, que nasceu da fusão entre a British Airways e a Iberia. Isto significa que Lisboa pode deixar de servir de base entre a Europa e a América do Sul ou África. Os interesses privados vão colocar-se à frente dos interesses nacionais.

Levanta-se a questão: Vamos passar a ter de ir a Madrid para seguir para destinos na América do Sul ou África? Só aumentaria custos de passageiros e mercadorias.

A privatização da TAP significa que Portugal abdica de uma "empresa de bandeira", considerada em Dezembro de 2011 a melhor companhia aérea da Europa.

A privatização da TAP vem prejudiar as relações com os países lusófonos, e com os emigrantes que ascendem a 5 milhões pelo mundo fora.


3- Os trabalhadores da TAP não são a administração da companhia!

Muito se confunde a administração da TAP com os seus trabalhadores, que ascendem a 13 mil . A opinião pública é intoxicada com ideias de que os trabalhadores da TAP recebem todos ordenados estratósfericos, e é preciso desfazer este mito.

Os prórpios trabalhadores da TAP criticam os salários exorbitantes da sua admnistração (já em 2009)

As tripulações foram reduzidas, pelo que os comissários e assistentes de bordo estão a trabalhar mais.

As tripulações estão a fazer vôos que excedem os limites horários previstos no AE, o que põe em causa a segurança dos passageiros.

Os salários dos trabalhadores da TAP já foram reduzidos em Março de 2011, tal como os dos funcionários públicos.

Ora, é preciso salientar que nas empresas como a TAP as caracteríticas de empresa privada ou pública são evocadas em função do que dá jeito ao Governo ou Administração, por exemplo: na redução de salários,  os trabalhadores são considerados função pública e levaram os cortes de Março de 2011, contudo não têm direito a ADSE.

E se por um lado, os funcionários da TAP viram os seus ordenados reduzidos logo em Março de 2011, por outro, a despesa com as remunerações do conselho de administração executivo da TAP ascenderam a 1,82 milhões (em 2008).

Mais um exemplo de uma Administração que vive à grande à custa da empresa, mas depois quando a empresa está em dificuldades, cortam nos funcionários.
E, numa altura em que se distutem salários de funcionários sabe-se que a Administração da TAP vai poder manter vencimentos.

Ou seja, mais um exemplo de quem paga a crise: não é a administração que tomou decisões ruínosas (como a compra da VEM), mas são os trabalhadores que veêm os seus direitos e salários reduzidos, e simultaneamente aumentos na carga e horário de trabalho.

A privatização da TAP significa que os seus trabalhadores vão sofrer despedimentos e cortes salariais.


Por todas estas razões: ESTAMOS CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA TAP!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Se as mentiras do Passos pagassem portagem...


Pedro Passos Coelho foi, mais uma vez, apanhado nas suas mentiras. Afinal o que disse que não tinha acontecido foi negado pelo seu próprio governo.

É absolutamente inaceitável que um governo tenha tomado uma decisão como a do pagamento das portagens em Agosto sem saber (ou será que sabia?) que o contrato que existia iria sempre levar ao pagamento da “devida” compensação. E agora tentam atirar-nos areia para os olhos dizendo que esse valor será deduzido numa renegociação de contrato. Será mais uma daquelas renegociações de contrato com cláusulas que só favorecem a Lusoponte?



Os erros de gestão pública pagam-se, pagaram-se e continuarão a pagar-se muito caro, e quem paga são os mesmos de sempre, através dos nossos impostos e do nosso trabalho. Nós somos credores, e não devedores, e é preciso acabar com este ciclo vicioso que leva ao empobrecimento de muitos para o enriquecimento de poucos.

sábado, 3 de março de 2012

Isso é um disparate! O outro também era...


Nós respondemos: vindo de quem vem, todo o cuidado é pouco, porque é bom não esquecer o passado e o que o passado nos ensinou é que o Pedro é perito em dizer coisas que parecem óbvias mas que afinal não são assim tão óbvias. Ainda se lembram de uma conversa do dito cujo com duas estudantes a propósito do subsidio de férias?  Pois é!  Isso era, e continua a ser, um disparate. Mas a verdade é que a medida foi tomada, e não foi só o subsidio de férias de 2012, mas também o de Natal de 2011 e 2012. 

Portanto, como gato escaldado de água fria tem medo (na verdade não temos), e como nós já estamos com a pulga atrás da orelha, não acreditamos nas frases ditas de forma inocente num qualquer passeio por este país. A verdade é que o Pedro aprendeu e agora começa a contrariar aquilo que diz ainda antes de o dizer. De facto, o governo não pode decretar o fim das férias, mas já tomou medidas para impedir que os portugueses as tenham. 



Os portugueses não têm férias, no sentido que a palavra férias deveria ter para todos. Os desempregados não têm férias porque têm desesperadamente de encontrar emprego para pagar as contas todos os meses. Os "contratados" a recibos verdes nem sequer têm direito a férias e podem ter de trabalhar anos seguidos para assegurar que continuam a ter emprego. Os que ganham o salário mínimo ou pouco acima dele não têm férias porque têm de poupar para comer. Não trabalhar durante 22 dias úteis, ou mais, não é sinónimo de férias. 

Mas nós defendemos que todos têm direito a ter verdadeiras férias, e este PM deve ter férias vitalícias e até sugerimos um destino: parece que de promessas, e de quem promete, está o Inferno cheio, mas há sempre lugar para mais um...

Assassinato de Portugal


Aqui está um excerto de um interesante documentário que John Perkins (assassino económico) fez sobre a verdade que está por trás de intervenções do FMI em países como Portugal.

O documentário inteiro pode ser visto aqui, com legendas em português.

Portugal está a ser assassinado, como muitos países do terceiro mundo já foram”, é o que John Perkins afirma na entrevista que deu ao jornal i.

A única solução de saída?!: NÃO PAGAMOS!!!

Arquitectos explorados (também) pelo Estado

Modulor- Corbusier



O Presidente da Ordem dos Arquitectos, João Belo Rodeia,  adjectivou de "inaceitável e incompreensível" remunerações fixadas pela Direção Geral dos Impostos para os peritos avaliadores de casas e pede ao ministro das Finanças que reveja o despacho.
O que está em causa é o despacho porque representa uma depreciação de aproximadamente 37% do valor fixado em Junho de 2011 que, por sua vez, era já inferior ao valor de 2009, o que significa que os Arquitectos passam a receber cerca de 5 euros/hora nas avaliações de imóveis.

Não nos podemos esquecer que foi a Troika que exigiu que 5 milhões de imóveis fossem reavaliados este ano, e que é a mesma Troika que "orienta" os cofres do Estado. Ora, a primeira entidade que deveria impôr-se contra esta exploração de trabalhadores portugueses seria o próprio Governo... Mas mais uma vez, o que impera é a redução do nível de vida dos trabalhadores portugueses.

O Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Carlos Matias Ramos, afirmou que esta significativa redução de remuneração poderá concorrer para a redução da qualidade de um trabalho que deveria ser altamente especializado.

Esta situação, diz ainda Carlos Matias Ramos, “poderá contribuir para a descredibilização deste processo e originar reclamações em quantidade descontrolada, que conduzirão a segundas avaliações, com os inerentes encargos adicionais para o Estado e para os particulares, isto é, para todos. O barato sai caro”.
 Depois de já ter sido previsto que 40% dos Arquitectos estavam em risco de ficar sem trabalho (em Novembro de 2011), o Presidente da Ordem dos Arquitectos vem impôr-se (e bem!) contra esta exploração dos referidos profissionais: no ponto 2 da nota informativa da Ordem dos Arquitectos pode ler-se:
"Não é aceitável que, diante de tal quadro de responsabilidade e exigência, não lhes sejam garantidas condições condignas para o seu desempenho técnico, tanto mais quanto se trata de profissionais sujeitos à regulação das suas Ordens Profissionais".


Fica a pergunta: onde está esta reacção quando não é o Estado, mas outros Arquitectos a pagar aos seus colegas profissionais os "inaceitaveís e incompreensiveís" 5 euros/hora, muitas vezes a falsos recibos verdes?!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Esquizófrenia de quem?!

 

Ron Mueck – Esquizofrênico

 
Passos Coelho disse que "não queremos que pensem que estamos a ficar esquizófrenicos", referindo-se às acusações que adjectivam a dicotomia entre o caminho que Portugal está a tomar e as necessidades do país.
Ora se fossem esquizofrénicos sempre tinham uma desculpa para as politicas destrutivas que estão a praticar. Se não são, então podemos assumir que são "só" irresponsáveis e têm a intenção deliberada de empobrecer as pessoas (o que até já foi assumido pelo nosso primeiro), e isso também é sinal de alguma insanidade.