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Os números da Segurança Social mostram que a opção política foi a de fazer recair sobre parte dos beneficiários da Segurança Social a cobertura das prestações que têm uma tendência de fundo para subir com o tempo - como é o caso das pensões de velhice. De 2009 a 2011, a Segurança Social pagou mais quase um milhão de euros em prestações sociais. Mas metade dessa subida foi compensada com a quebra dos gastos com o abono de família, acção social e RSI.
Um dos mitos da dívida é que foi criada pelas pessoas que se recebem subsídios a abonos. Esse mito facilmente se desfaz com os números:
O BPN custou 8500 milhões de euros ao Estado.
Corte no RSI é de 70 milhões.
A bandeira politica da poupança de 15,9% no RSI é muitas vezes utilizada para alimentar um ódio contra os seus beneficiários. É importante referir que estes cortes atingem muitos que não "vivem à conta do estado", por exemplo os presos preventivos!
Não nos podemos esquecer que um preso preventivo não é um condenado. Há muitos presos preventivos que são inocentes. E os inocentes não podem pagar pelos culpados.
A demagogia deste Governo da mão-de-ferro, do "Justo pelo pecador" contra as pessoas com mais dificuldades, é exarcebada com a falta da mesma filosofia com os grandes interesses financeiros:
Por exemplo, quantos estão detidos e condenados pelo BPN das dezenas de pessoas envolvidas? Porque é que a PT não tem de pagar impostos sobre a venda da Vivo?
(e podiamos continuar a enunciar casos)
O ex-libris demagógico destes cortes no RSI é a sua representação nas contas do Estado! O corte de 70 milhões é anunciado como um grande e importante corte, mas representa, segundo Orçamento de Estado 2012, representa 1,6% do orçamento da Segurança Social, o que significa cerca de 0,47% do orçamento do país!
Tal como diz João Valente Aguiar no blog5dias.net
"De facto, ao contrário do que a propaganda que o governo pretende fazer crer quando afirma que estas medidas se propõem apenas conceder o RSI a «quem mais precisa», ou de que se trataria de uma forma de racionalizar os gastos do Estado perante a troika internacional, a verdade é só uma: o corte com o RSI é muito menos uma medida de corte de despesa e ainda menos uma medida de maior fiscalização mas é, acima de tudo, uma medida marcada pelo que o sociólogo francês Pierre Bourdieu uma vez chamou de “racismo de classe”."
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