No dia-a-dia vive-se uma aparente
tranquilidade, como se nada se passasse em Portugal. Existem pequenos
burburinhos acerca de alguns assuntos incontornáveis que vão fazendo as
notícias das actualidade como os equívocos nalgumas afirmações de Passos Coelho
e de Cavaco Silva, o caso da Lusoponte, algumas nomeações duvidosas do Governo,
o aumento do desemprego e outras coisas que merecem a indignação das pessoas,
mas cujo aparecimento resulta numa espécie de aliviar da pressão, que se
poderia acumular e resultar em algo de perigoso para o suposto Estado de
Direito.
A verdade é que estamos perante
uma guerra invisível, em que existe uma facção minoritária que impõe as suas
ideias sobre a maioria das pessoas, fazendo-as crer que essas ideias são aquilo
que elas necessitam para resolver os seus problemas e criadas com o seu
consentimento.
As armas desta guerra são: as
constantes intervenções de supostos especialistas que afirmam constantemente
que só existe este caminho e que todas as outras opções são de um bando de
loucos que não têm noção da realidade, e que nos conduziriam ao abismo; o
controlo das percepções e conhecimentos sobre a crise actual, que torna a maior
parte das pessoas incapaz de agir ou reagir; a atmosfera de crise em larga
escala criada para fundamentar todas as intervenções e reformas ditas
estruturais; o medo que as pessoas têm de perder o pouco que têm, que as impede
de reinvidicar os seus próprios direitos; as falsas esperanças de que o futuro
não será igual.
Antes das eleições havia um balão
de indignação prestes a rebentar. Esse balão esvaziou e agora enche lentamente
todos os dias, mas quanto mais tempo podemos esperar para que esse balão volte
a encher? Para alguns será demasiado tarde.
A guerra diária não é visível mas
é real! Existe e as pessoas sentem esses ataques todos os dias. A não percepção
de que estamos numa guerra profundamente injusta, diminui a resposta dos que
lutam contra este governo agressor. As nossas armas serão sempre inferiores às
do arsenal do inimigo, mas aqueles que, mesmo tendo tudo a perder, e os que já
perderam quase tudo, acreditam noutro futuro e noutra alternativa, devem perder
o medo, e lutar com as armas possíveis. É preciso tornar visível esta guerra e
se ela veio até nós, não a ignoremos, não fujamos! Lutemos!
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