quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

(Des) responsabilidades do Estado




Ora, mais um dia e mais uns sinais de que Portugal está a caminhar no sentido oposto a um desenvolvimento sócio-económico sustentado e sustentável!

O Governo de Passos Coelho vem agora informar que quer liberalizar completamente o transporte não urgente de doentes para possibilitar a concorrência de preços neste sector. Em nome da concorrência, liberalizar serviços públicos e indespensáveis só resulta numa coisa: aumento de preços!

Os portugueses certamente se lembram do que resultou da liberalização dos preços dos combustíveis: os preços não pararam de aumentar sem qualquer controlo do Estado.


Ainda na área da Saúde, vale a pena referir que o Governo quer reduzir custos. O Governo ainda não disse uma palavra sobre redução de custos nas parcerias público-privadas, mas encontrou uma solução:

Exploração de enfermeiros! Pois! A Maternidade Alfredo da Costa preparava-se para contratar 19 enfermeiras a preço de saldo. As profissionais tinham sido dispensadas em Novembro, com a promessa de regressar: em Dezembro foram contactadas pela empresa que trataria da nova colocação e a proposta deixou-as de queixo caído: a oferta não chegava aos 700 euros, já com suplementos.


Passos Coelho vem hoje, também, dizer que a culpa da austeridade imposta pelo seu Governo não é dele: é do seu antecessor...  Mas o acordo com Troika não foi assinado pelo PS, PSD e CDS?

Passos Coelho assinou um acordo com a Troika sem saber qual a real situação do país?!
Passos Coelho comprometeu os portugueses com um pacto de austeridade, sem a noção de que Portugal já estava em crise?

Afinal os irresponsáveis não são os trabalhadores que pagam uma dívida que não é sua....

Gregos em desespero entregam filhos a instituições




"A crise europeia está a atingir a Grécia onde mais dói. Incapazes de alimentar os filhos, os pais veem-se obrigados a deixar os filhos ao cuidado de instituições sociais e religiosas. É o último recurso – visto como uma desgraça – numa sociedade que privilegia os laços familiares. Bebés e crianças em idade escolar, os casos multiplicam-se, assinala uma reportagem do serviço da BBC em Atenas."

Está visto o caminho da política sócio-económica da Troika...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Nem génios chegam?

by http://paginaglobal.blogspot.com


No dia em que sai mais um estudo que afirma que "o emprego jovem cai para metade em 10 anos", - ficando por esclarecer qual a percentagem de jovens empregados precários- sabe-se que a Troika viabiliza hoje nova tranche a Portugal mas não alivia austeridade .

Pois não é preciso ser um génio para perceber que a austeridade sobre a população só trava o crescimento económico! Ainda assim, houve um génio que o disse. Paul Krugman (que foi galadoardo com o grau de Doutor Honoris Causa das universidades de Lisboa, Técnica e Nova) afirma: "Não apertem mais o cinto, vão apenas travar ainda mais o crescimento."

Dado isto, o nosso Governo, segue a austeridade imposta pela Troika, nalguns casos indo orgulhosamente mais longe, a Dra. Merkel elogia o comportamento do nosso Governo, e recusam admitir que esta auseridade sobre quem trabalha , ou seja quem realmente produz para o país é sofucante para a economia.

Se calhar é preciso ser-se um génio para saber que a austreridade desenfreada sobre a população, só faz com que a economia doméstica dos portugueses diminua de volume, pelo que vão comprar menos, o que fecha o ciclo de regressão económica... mas se calhar não é preciso ser-se génio nenhum e basta ter dois dedos de testa.

Mesmo quem não tenha dois dedos de testa, basta reconhecer que a solução de austeridade desenfreada, sem qualquer investimento estatégico no crescimento económico de um país, só o leva à ruptura.

Veja-se a Grécia: depois de reforçarem a austeridade sobre os trabalhadores, a pobreza vem dominando a classe média grega, e o índice de suicídio quase duplicou.

Como a austeridade só resulta na pobreza da população e no retrocesso económico, as agências de rating cortam os niveis de confiança às dívidas, o que só aumenta os juros do empréstimo que não vão conseguir pagar porque lhes são impostas medidas que não permitem o crescimento económico!


É preciso acabar com esta politica de austeridade! É preciso dizer não a supostas ajudas que apenas afundam o país!

Carta aberta à Comissão Interministerial de Criação de Emprego e Formação Jovem


Exmo. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares Miguel Relvas

Estamos fartos! Estamos fartos de Comissões, subcomissões, comités e outras coisas que tais, que pretendem dar a ilusão de que é agora que vão pensar a sério nos problemas dos jovens, quando já foram tomadas medidas por este governo que vão contra os supostos objectivos desta dita Comissão. Estamos fartos que nos digam que a emigração é uma excelente alternativa, quando isso mostra que não têm outras opções, nem visão de futuro.

Estamos fartos de procurar emprego e enviar currículos e não obter resposta, ou ser imposto que trabalhemos a recibos verdes a preço de saldo, sem hipótese de um dia podermos ter um contrato trabalho digno, com direitos e deveres. Estamos fartos de estágios profissionais não pagos ou mal pagos, quando nesse estágio fazemos o mesmo que alguém que tem contrato, e em que ao fim de seis meses somos substituídos por outros estagiários nas mesmas condições precárias. Estamos fartos de ouvir que temos qualificações a mais, ou que não temos experiência, quando não temos oportunidades para a ter.

Estamos fartos da instabilidade, de ter de viver à custa de familiares, por não termos possibilidade de iniciar uma vida independente, que faça de nós cidadãos e trabalhadores produtivos, mas não explorados, que nos permitam ser parte, não apenas do futuro, mas também do presente do nosso país.

Estamos fartos, mas não estamos prontos a desistir!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

"Deutschland, Deutschland über alles, Über alles in der Welt"

"Alemanha, Alemanha acima de tudo, Acima de tudo no mundo"
tradução das 1as estrofes da versão integral do hino alemão.


by http://classepolitica.blogspot.com/



Pois é... Parece que a Alemanha pode voltar a assumir a sua política imperialista sobre a Europa, reavendo as primeiras estrofes do seu hino.
O novo pacote de "pseudo-ajuda" à Grécia, foi hoje aprovado no Parlamento Alemão. Levantam-se as questões: para que serve o parlamento europeu?; a "pseudo-ajuda" vai ser dada pela Alemanha?; e que têm os Gregos a dizer sobre isto? e que têm os Alemães a dizer sobre isto?...

É certo que a Alemanha apenas quer meninos bem comportados na sua Europa. Quem se atrever a impôr-se contra a vontade germânica, é ameaçada com um grande papão que é a exclusão do euro.
O Ministro do Interior já veio dizer que a Grécia deve sair do Euro.  A política imperialista da Alemanha na Europa vem colocar os países periféricos numa posição de escolha: ou se sujeitam à invasão económico-social, ou saem do euro. Ninguém os ouve falar de mudar as políticas e tratados europeus para acabar com a ostracização desses países.

Chegámos ao ponto mais baixo do poço... Chegámos a assumir que as medidas de austeridade impostas na Grécia vão a votos na Alemanha...

E este é o ponto fundamental desta questão. A "ajuda" de 130 mil milhoes de euros não é ajuda nenhuma, pois as condições impostas para que a Grécia tenha acesso a esse crédito só prejudicam a economia grega. A austeridade que vem associada ao dinheiro da "ajuda" não aposta no crescimento económico, apenas o restringe e sufoca o povo grego. São os trabalhadores gregos que vão pagar a dívida que não pára de crescer.

Como pode um país pagar uma dívida se lhe são impostas medidas que acabam com qualquer hipótese de crescimento económico?

A culpa não pode ser atribuida ao povo Grego que foi enganado pelos seus governantes ao longo de anos.

O mais curioso disto tudo é que a Alemanha deve 575 mil milhões de euros à Grécia!!

O economista francês Jacques Delpla tinha escrito um artigo para o jornal Les Echos em que calculava a dívida da Alemanha à Grécia num valor que atinge os 575 Mil Milhões de Euros,  relativamente aos danos provocados pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial.


Feitas as contas, o Parlamento Grego é que devia votar a austeridade a aplicar à Alemanha que não paga o que deve!!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A Saga da Zara

by http://inclusaotambememoda.blogspot.com



Depois de ter sido alvo de denúncias graves de exploração de mão-de-obra no Brasil, sabe-se agora que a Zara, anda a intimidar os seus trabalhadores em Portugal

No Brasil foi acusada de escravatura, depois de detectadas várias irregularidades: entre os trabalhadores estava um adolescente de 14 anos; pagamento de salários inferiores ao mínimo exigido; turnos de 16 horas; os empregadores descontavam nos salários os custos da viagem para o Brasil e outros gastos, com comida, por exemplo.



A Zara Portugal foi acusada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) de «intimidar» os trabalhadores de três lojas do Porto a aceitarem reduções nos salários usando como «expediente» a diminuição da carga horária.

O CESP confirma que, "num clima de intimidação e com ameaças de despedimento", foi proposto aos trabalhadores das lojas de Santa Catarina, Gaia Shopping e Dolce Vita "que solicitassem à empresa, por escrito, a redução dos horários de 40 horas para 35 horas e dos ‘part time de’ 25 horas para 20 horas, com a correspondente redução de salários".


Argumentando que o grupo Zara "tem apresentado lucros altíssimos nos vários exercícios ao longo dos anos e, ainda recentemente, adquiriu a Massimo Dutti por mais de 100 milhões de euros", o sindicato acusa-o de estar a "aproveitar-se da crise que atravessa o país para reduzir os custos com pessoal".

Para o CESP, a Zara estará ainda a "preparar a estratégia de, quando sair a nova legislação, poder despedir mais barato os trabalhadores mais antigos e, assim, mandar para o desemprego mais umas largas dezenas de trabalhadores"

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

1+1=?

Sabe a resposta a esta pergunta?!

De conhecimento empírico, todos os portugueses sabem que a soma de um, com um é igual a dois.
Os mais literados poderão definir esta simples adição como a soma do primeiro número natural consigo prórpio; de forma mais empírica podemos somar dois gomos de uma laranja... Mas os portugueses sabem quanto é 1+1!

Então, qual é a conclusão que se tira quando se somam
os elogios por parte da Troika no cumprimento do seu programa de austeridade, com a contracção do PIB de 3,3%?!


Ou seja, a Troika (que nos impõe um nível de vida cada vez mais baixo) vem elogiar as medidas que levam à redução da riqueza do país...
 




Mais uma vez, aqui está um sinal claro que a única solução para o desenvolvimento do país assegurando a nossa soberania e independência é recusar qualquer pacto que nos faça regredir, é recusar o pagamento da dívida que não é nossa!


NÃO PAGAMOS!!

Austeridade para uns... nomeações para outros!


by Público


Todos os dias o Governo impõe medidas aos portugueses que os estrangulam, em nome de uma austeridade imposta pela troika, que o próprio Sr. Primeiro Ministro se orgulha de levar mais longe.

Contudo, vê-se que a austeridade não atinge todos da mesma forma... Relembre-se dos cortes que o Estado fez na saúde (810 milhões), na educação (500 milhões), ou na SegurançaSocial (200 milhões)  - que contrastam com os 12 000 milhoes a injectar na Banca , mas esqueceu-se de cortar nas nomeações!

No primeiro mês de Governo foram feitas
235 nomeações, agora,  com 8 meses de Governação o número de nomeações ascende a 2431.

Justifica o Governo que nos despachos consta o direito a subsidio de Férias e Natal dos nomeados, devido à vigoração de uma lei de 1988, garantindo que isso não significa que os nomeados recebam estas remunerações, "que estão actualmente suspensas".

Não fica o Estado isento de "irresponsabilidades" por este lapso (resta saber o que faria o Governo se este assunto não ganhasse pretagonismo nas redes sociais). Ora as nomeações, pela sua génese, não garantem que a vaga é preenchida pela pessoa com as melhores competências, ou curriculo, pode ser, mas pode não ser...

Ora,uma coisa é certa, um Governo que se diz primar pela transparência, é o mesmo que nomeia para subdirectora-geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano,   Maria Manuel Von Hafe Teixeira da Cruz, a irmã da ministra da Justiça, com uma remuneração mensal bruta de 3.406,52 euros.

Podemos dizer que a Austeridade é para todos, mas o Governo assegura que os seus vêem esses sacrifícios mais fáceis de ultrapassar.

Não duvidando das capacidades da irmã da ministra da Justiça, é uma questão de ética que está posta em causa... A mesma questão que se põe  nas nomeações de Manuel Frexes (Líder dos Autarcas Sociais Democratas) e de Álvaro Castello-Branco(vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, CDS-PP), para a administração daS Águas de Portugal (AdP), de Nogueira Leite e Norberto Rosa para vice-presidentes da CGD, de Santana Lopes para novoprovedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Não estão em causa as remunerações ou até a alegada prestação de serviços de forma gratuita (caso de Santana Lopes). Está em causa o mérito para o cargo e mais uma promessa eleitoral que Pedro Passos Coelho não cumpre. Ou muito me engano ou os concursos públicos para cargos de direcção superior da Administração Pública vão ser, não raras vezes, mecanismos de branqueamento para a colocação de boys em cargos de direcção.

O  dr. Passos Coelho tanto disse na campanha eleitoral que não iria para "o Governo para enxamear a Administração Pública com quadros do PSD", recusando-se ainda a "meter nosgabinetes dos ministros e dos secretários de Estado um exército de gente queconstitua administração paralela àquela que já existe no Estado".O Dr. Passos Coelho, ainda lançou um site ( em nome da transparência em que expõe as nomeações que fez.. Fica a pergunta: é por publicar as nomeações que estas são mais merecidas e/ou justas?!


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Manifesto do Movimento Não Pagamos!


O Movimento Não Pagamos! é um movimento cívico que resultou do debate de ideias de um grupo de jovens, que decidiu juntar-se e fundar este movimento por entender que é necessário haver uma voz que defenda o não pagamento da dívida pública, recusando qualquer reestruturação ou renegociação da mesma.



O Movimento Não Pagamos! considera que esta dívida é Injusta, Imoral e Ilegal, uma vez que foi contraída sem aprovação e conhecimento do Povo português, prejudicando as gerações presentes e futuras. Só o Não Pagamento da dívida permitirá que Portugal restaure a sua Autonomia e o seu caminho de Independência.

O Movimento Não Pagamos! entende que a questão da dívida é o ponto fulcral da situação socioeconómica actual em Portugal, uma vez que é a "desculpa" utilizada para aplicar todas as medidas de austeridade que deixam os portugueses cada vez mais pobres. Contudo permanecem questões por responder: quanto devemos? a quem devemos? quem tomou as decisões que criaram a dívida? que aconteceu ao dinheiro dos nossos impostos? o que está a ser feito com o dinheiro que estamos a pedir emprestado?.
Com o intuito de fugir às questões mais pertinente, aos portugueses são impostas algumas ideias todos os dias das mais variadas formas: que andaram a viver acima das suas possibilidades; de que o pagamento da dívida é inevitável; a dívida é de todos; ou que o seu incumprimento trará algo de catastrófico. Este movimento entende que estes preconceitos têm de ser combatidos, pois todos os caminhos que não recusem o pagamento da dívida, esses sim, são catastróficos.

A dívida tem de ser paga por quem a contraiu! E não foi o povo português!

O Movimento Não Pagamos! recusa a politica do medo, da resignação e da indiferença, pois foi essa atitude que nos colocou na situação actual. São necessárias alternativas de luta, com objectivos claros, de resposta à crise provocada pelas medidas autoritárias tomadas pelos sucessivos governos e classe politica fantoche que defende os interesses próprios e não o interesse do Povo. A resposta aos ataques violentos de que temos sido alvo deve ser vigorosa e corajosa, e ao lado de todos aqueles que se identificam com os objectivos do Movimento Não Pagamos!


Objectivos do Movimento:
(Os Objectivos do Movimento estão desenvolvidos aqui)

- Defender o Não Pagamento da divida;

- Lutar activamente contra um ciclo vicioso de austeridade/ subdesenvolvimento e todas as medidas que são impostas aos portugueses em nome de uma dívida que não é nossa;

- Esclarecer os portugueses sobre a verdadeira natureza da dívida, e todas as medidas que os estão a empobrecer;

-Apelar aos portugueses à união em torno da rejeição da dívida, da luta contra as medidas de austeridade, em nome de uma verdadeira Democracia;

- Apoiar todos os que estão sofrer directa ou indirectamente com a austeridade imposta;

- Combater as desigualdades sociais;

- Promover soluções alternativas para o desenvolvimento do país